Terceirização faz mais uma vítima na Petrobrás
16/07/2012
Operador Nalzir
Silva, de apenas 23 anos, faleceu vítima de uma descarga elétrica no Campo de
Produção de Araçás (BA)
Com apenas 23 anos de
idade, o operador Nalzir Silva morreu no último dia 6, vítima de uma descarga
elétrica, quando realizava um trabalho em uma das sondas do Campo de Produção
de Araçás, na Bahia. Ele é a quarta vítima fatal este ano da precarização
gerada pela terceirização no Sistema Petrobrás. O trabalhador era contratado da
MI SWACO, empresa do grupo multinacional Schlumberger, e atuava na Sonda
SC-105, quando foi atingido por uma descarga elétrica de mais de 360 volts, de
um equipamento que, segundo os trabalhadores, já vinha apresentando falhas
operacionais. A suspeita é de que houve fuga de corrente elétrica para a
carcaça do equipamento, deixando toda a estrutura metálica energizada.
O Sindipetro-BA está
participando da comissão de apuração do acidente e, segundo relatos colhidos
entre os trabalhadores que atuavam na sonda, as falhas do equipamento já haviam
sido relatadas tanto ao fiscal, quanto ao gerente do contrato, ambos da
Petrobrás, cobrando a parada para manutenção. Nada, no entanto, foi feito.
Um dos colegas de
Nalzir ainda tentou socorrê-lo e foi também atingido pela descarga elétrica,
mas conseguiu desligar o sistema a tempo de evitar uma nova tragédia. Nalzir
ainda foi transportado com vida para o hospital de Alagoinhas, mas não resistiu
e faleceu. Segundo o Sindipetro-BA, a ambulância levou mais de quinze minutos
para chegar ao local do acidente, o que dificultou o socorro.
Esta foi a quarta morte
este ano registrada pelos sindicatos da FUP, em acidentes de trabalho no
Sistema Petrobrás. Todas as vítimas eram trabalhadores terceirizados. Desde
1995, já ocorreram 315 óbitos em função da insegurança na empresa. Os
terceirizados continuam sendo as principais vítimas. Mais de 80% dos acidentes
são com trabalhadores contratados, o que confirma as denúncias da FUP e de seus
sindicatos sobre a precarização gerada pela terceirização, sobretudo nas
atividades operacionais e de manutenção. Das 315 mortes ocorridas neste
período, 255 foram com prestadores de serviço.
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