B&A Mineração começará a operar em 60 dias
Companhia chega ao
mercado com um plano de investimento de R$ 1,04 bilhão
A B&A
Mineração, empresa lançada ontem pelo BTG Pactual e pelo ex-presidente da Vale
Roger Agnelli, chega ao mercado com um plano de investimento de R$ 1,04 bilhão,
como antecipou a reportagem ontem. A companhia começa a operar em 60 dias e vai
atuar no ramo de mineração no Brasil, na América Latina e na África.
Apesar de grande
parte do aporte inicial da companhia ser do BTG Pactual, o controle da empresa
será dividido igualitariamente entre o BTG e a AGN Participações, empresa
criada por Agnelli no início deste ano. O acordo prevê exclusividade à AGN nos
projetos no ramo de mineração com o BTG Pactual. Ou seja, todos os projetos de
mineração da AGN serão tocados juntamente com o BTG Pactual.
Segundo Agnelli, a
B&A já identificou oportunidades de investimentos em ativos de
fertilizantes, minério de ferro e cobre. “As commodities estão em processo de
calmaria, mas o ciclo é de longo prazo. Os olhos estão no longo prazo. É um
período para aproveitar as oportunidades”, disse.
A mineradora já
nasce com projetos na carteira, disse Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual. A
B&A já possui parceria firmada com a empresa Rio Verde, que atua na área de
fertilizantes no Brasil, e com a fabricante de cobre chilena Cuprum, que deverá
operar a partir de 2014.
A companhia também
estuda negócios na área de titânio, disse o presidente da B&A, Eduardo
Ledsham, que foi diretor de Exploração da Vale. A expectativa dele é de que os
primeiros projetos da empresa entrem em operação no prazo de três a cinco anos.
Em um primeiro momento, a nova empresa vai buscar projetos de pequeno e médio porte.
Janelas de oportunidade
Ledsham disse que o
objetivo da mineradora é buscar parceiros e “janelas de oportunidade” no
mercado. “Podemos trazer parceiros e sócios”, afirmou o executivo.
Os olhares da nova
empresa estão voltados para oportunidades na África, onde há disponibilidades
de ativos com custos melhores. Na região, o executivo destacou que os desafios
envolvem principalmente a questão logística, deficitária no local. “Parcerias
em mineração e logística são fundamentais”, disse Ledsham. A intenção da B&A
em investir na África também foi reforçada por Agnelli. “A África não é futuro,
é presente”, disse.
O fôlego financeiro
da B&A é um dos trunfos da empresa para entrar no ramo de mineração. Para
Fonseca, do BTG, o cenário de crise econômica é interessante para buscar
investimentos. “O capital para investimento está relativamente restrito, mas
nós temos R$ 1 bilhão para investir”, disse.
Outros negócios.
Além da parceria com o BTG na nova mineradora, a AGN Participações também tem
negócios nos segmentos de logística e bioenergia. “As três áreas estão andando
simultaneamente. O braço de mineração está andando um pouco mais rápido já que
está no sangue”, disse Agnelli.
Agnelli deixou a
presidência da Vale em maio do ano passado, após pressões do governo. O empresário
tirou uma espécie de período sabático até o fim do ano passado. No início deste
ano, ele montou sua empresa, a AGN, e começou a contratar a equipe.
Além de Ledsham, que
comandará a B&A, Agnelli também trouxe para sua equipe Mario Barbosa, outro
ex-executivo da Vale. Ele será responsável pela área de fertilizantes da
B&A, a mesma em que atuou na Vale. A AGN também deve receber o reforço do
ex-diretor jurídico da Vale Fábio Spina, que cumpre um período de quarentena
até agosto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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