Visualizações do Blog

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ACT - Resumo da 1ª Rodada de negociações: dias 24 e 25



PRA CHEGAR A RUIM VAI TER QUE MELHORAR MUITO

Não poderia ter sido mais desanimador a rodada inicial de negociação da Campanha Salarial
Nacional e Unificada dos Empregados da Vale para se discutir o bloco das questões sociais, sindicais e ligadas à saúde e segurança no trabalho.  Reunidos no Rio de Janeiro ao longo da última terça-feira e durante toda a manhã de quarta, dirigentes do grupo Unidade Sindical insistiram na tese de que a empresa reúne todas as condições para atender plenamente o conjunto das cláusulas que compõem a Pauta Unificada de Reivindicações. Mas a mineradora preferiu manter seu monocórdio e pouco criativo mantra de negativas, o que já
se tornou um padrão nas rodadas inaugurais de negociação. O resultado foi decepcionante.
Das dez cláusulas (19 a 28) discutidas nos dois dias, alguns tabus quebrados (assédio moral) e outros, mantidos (PCS). Poucos avanços foram dignos de serem registrados, com destaque para benefícios para
mães adotivas, auxílio-creche, seminários de SST, ampliação da AMS e acompanhantes de pacientes. 
Mães - A Vale aceita elevar de 30 para 120 dias a licença maternidade e a garantia de emprego ou salário para as mães adotivas. A empresa também aceita manter inalterado o auxílio-creche
até remetê-lo ao ACT Regional, quando poderá sofrer adequações de acordo com a particularidade de cada localidade.
 Assédio Moral e SST - A Vale admite de forma inédita incorporar o termo "assédio moral" no âmbito do ACT, inclusive criando uma Ouvidoria especificamente para tratar do tema. É um tabu que cai.
Outro, porém, mantém-se firme: o Plano de Cargos e Salários, que a empresa não admite discutir, sequer reconhecer sua existência. Por outro lado a empresa se compromete a manter a realização dos seminários de Saúde e Segurança no Trabalho.
AMS - Ainda no âmbito do ACT, a empresa aceita incluir na relação de coberturas da AMS o procedimento de Polissonografia, para detectar distúrbios do sono, e conceder alimentação sem incidência de custos adicionais ao acompanhante do empregado internado.

JOGO ESTÁ JOGADO. CAMPANHA ESTÁ NA RUA. VAMOS À LUTA.
A frustrante postura da Vale na mesa de negociação não é obra do acaso nem parte de um teatro do absurdo, mas algo estrategicamente concebido e pensado. Um pôquer, de movimentos calculados. A empresa estende a corda do jogo para testar o limite da capacidade de reação da categoria. Se a resposta dos trabalhadores for um movimento de mobilização fraco, ótimo: a Vale peita sua proposta insossa. Ao contrário, se a categoria reagir e enviar sinais de que está disposta a resistir por um acordo justo e digno, como o de 2011/2013, por exemplo, quando conquistamos avanços significativos, se isso acontecer a Vale terá que repensar sua estratégia e voltar à mesa com uma proposta convincente.
Dias 8 e 9 de outubro as negociações continuam. Em jogo, as cláusulas econômicas. Pedimos aos executivos da Vale sensibilidade ao formatar uma proposta proporcional à grandiosidade dessa mineradora e, aos trabalhadores, que se mantenham atentos e antenados para se mobilizar ao menor sinal enviado pelo Sindicato, na organização de uma reação que nos permita vencer esse jogo. Em todo o país as principais categorias estão em ponto de bala: metalúrgicos do ABC já garantiram aumento real de 1,82% acima da inflação. Nos bancários, a greve nacional só reforça a luta. O jogo está jogado. Nossa Campanha Salarial está em curso. Vamos à luta.
Maninho Pacheco

Nenhum comentário: