UMA VERDADE
QUE INCOMODA AOS PODEROSOS
Ministério do Trabalho notifica quase
50 empresas de gesso que descumprem direitos fundamentais, e interdita 06 que
atentavam contra a saúde e segurança do trabalhador
A grande imprensa, porém, só repercute a fala de
alguns “Barões do Gesso” que feridos em seus interesses econômicos, posam de
vítimas no afã de desviar o foco das graves irregularidades trabalhistas detectadas
pela fiscalização surpresa realizada pelo Ministério do Trabalho, entre as quais
se destacam a falta de segurança que tem vitimado e mutilado dezenas de
trabalhadores em acidentes, o ambiente insalubre que tem debilitado a saúde e ceifado
o futuro de inúmeros pais de famílias e as fraudes às legislações trabalhista,
previdenciária e fiscal com enormes prejuízos para os trabalhadores e para o
Estado de Pernambuco.
Célere e eficaz, a fiscalização do MTE
foi de uma precisão cirúrgica, ao atuar simultaneamente em duas frentes: a frente
legal, com o objetivo de diagnosticar e autuar as empresas que continuavam
desrespeitando a legislação e os direitos trabalhistas dos seus empregados — falta
de assinatura da CTPS, não recolhimento de FGTS e INSS, não pagamento de férias,
13º salário, adicionais de insalubridade, periculosidade e etc. — e a frente de
saúde e segurança, com o objetivo de averiguar e punir aquelas reincidentes no
descumprimento das normas e procedimentos de saúde e de segurança,
especialmente os prescritos nas NR´s 10, 12 e 13, que tratam de instalações e
serviços em eletricidade, do trabalho com máquinas e equipamentos e de
compressores.
Foram quase 50 empresas notificadas,
das quais 06 tiveram seus maquinários paralisados por exporem diariamente os
trabalhadores a riscos de morte por acidentes de trabalho, a grande maioria sem
acesso a EPI´s, ou por comprometer-lhes a saúde devido ao ambiente de trabalho
altamente insalubre.
“Para se ter uma idéia do quanto tais
irregularidades têm sido prejudiciais aos trabalhadores, basta imaginar que grande
maioria deles são privados do direito de se aposentar simplesmente porque as
empresas não pagam o INSS, ou deixam de recolher nos períodos sem anotação na
Carteira de Trabalho. É preciso, portanto, intensificar as fiscalizações e a aplicação
de pesadas multas, como forma de coibir essa prática, que deixa os
trabalhadores desprotegidos, especialmente da previdência social, ora adiando,
ora dificultando a conquista de sua tão sonhada aposentadoria” ressalta o
dirigente sindical Francisco de Assis Pereira, Vice-Presidente do SINDIMINA.
Para o SINDIMINA, para os
trabalhadores e suas famílias e para a economia dos municípios integrantes do
Polo Gesseiro o resultado da fiscalização do MTE foi extremamente positivo, uma
vez que autua e pune exemplarmente as empresas infratoras, coibindo a prática
de graves lesões aos direitos dos trabalhadores, afinal, é público e notório
que grande parte das empresas de gesso ainda teimam e demoram a assinar a CTPS
de seus empregados, muitas delas passando até um ano sem registrar. “Por tudo
isso, a direção do SINDIMINA parabeniza e agradece a irretocável ação dos
auditores fiscais do Ministério do Trabalho, ressaltando que as fiscalizações
devem continuar e acontecer com mais frequência, se possível, ouvindo o
Sindicato, para otimizar os resultados de tais ações, pois sabemos que existem as
empresas que agem corretamente e que infelizmente são a minoria e as que
insistem em continuar do mesmo jeito de 25 anos atrás, quando nasceu o
sindicato dos trabalhadores. Essas sim, precisam ser fiscalizadas insistentemente
até, ao menos chegarem ao nível de organização dessas que são minorias. Para a
maioria, se não dá prá ser empresa, cumprindo com as normas legais, deixem e
venham ser trabalhadores e fortalecer o Sindicato nessa luta”, Finaliza
Francisco de Assis Pereira.
PRÁTICAS
REINCIDENTES
A versão dos fatos dada por alguns
Barões do Gesso tenta, sem êxito, desqualificar a fiscalização do Ministério do
Trabalho, como se a ação e as conseqüentes
infrações aos reincidentes tivessem sido uma injustiça. Eles alegam que
geram milhares de empregos e que, portanto, o fechamento das empresas é
prejudicial para a economia dos trabalhadores e dos municípios.
“Eles choram lágrimas de crocodilo, tentando
esconder da opinião pública que suas empresas são reincidentes na prática de
tão graves lesões aos direitos dos trabalhadores, afinal, as irregularidades
que justificaram o fechamento das empresas de gesso pelo MTE, muitas já tinham
sido detectadas em 2006, por ocasião da instalação da Procuradoria do
Ministério Público do Trabalho em Petrolina”, desabafa Davi Bispo, Presidente
do SINDIMINA.
E tem mais um agravante: a riqueza
gerada pelo Polo Gesseiro do Araripe, que dispõe de 39 minas de gipsita que
respondem por 95% da demanda nacional; quase 140 empresas de calcinação e mais
de 700 beneficiadoras de gesso, isso sem falar do setor terciário, composto por
agenciadores, comerciantes e transportadoras, ao invés de se constituir fator
de desenvolvimento e justiça social, ao contrário, tem muitas vezes impulsionado
um verdadeiro processo de sub-empregos, com trabalhadores sendo explorados e
depois relegados à beira da miséria.
POPULAÇÃO
APROVA FICALIZAÇÃO
Desmascarando as atitudes demagógicas
de alguns políticos, que se posicionaram contrários ao fechamento das empresas
infratoras, a população dos municípios que integram o Polo Gesseiro do Araripe
apoia incondicionalmente a fiscalização do Ministério do Trabalho, como Jader
Santos Silva, de Araripina, que diz que “os Auditores do Trabalho estão
corretos. Centenas de trabalhadores na região de Araripina são explorados e
entregues à própria sorte. Os empresários do gesso só querem ganhar mais e mais
dinheiro sem quaisquer investimentos em melhorias das condição de trabalho. O
Sr. Prefeito deve ser um desses empresários sem a mínima consciência em
prevenção. Conhecemos a dura realidade desses trabalhadores. Muitos trabalham
sem carteira assinada e equipamentos de proteção. Sugiro que a fiscalização
seja rigorosa e frequente. Esses trabalhadores merecem mais dignidade e
respeito como profissionais dedicados e responsáveis pelo desenvolvimento do
Araripe”.
Rebeca Aguiar também se manifestou
criticando as notícias dos Barões do Gesso dizendo que o Prefeito de Araripina
deveria saber que mais importante do que o lucro dos empresários é prezar pela vida
dos trabalhadores que são diariamente explorados. “Reflita Sr. Prefeito, antes
de sair com essas declarações como tentativa de distorcer o que de fato está
sendo feito. Que eu saiba e ouvi pela cidade, as empresas não foram fechadas e
sim algumas máquinas foram interditadas porque ofereciam risco grave aos trabalhadores,
ressalta ela, afirmando que é ridículo dizer
que o MTE está contribuindo para o desemprego e tentar colocar a população
contra os auditores fiscais, que são profissionais que estão comprometidos com
a segurança os trabalhadores.
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