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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Atuação do Sindimina nas Pedreiras em Tomar do Geru/SE

          Senhores, estamos enviando relatório sobre a auação do Sindimina nas pedreiras de Tomar do Geru.

          No intuito de reestruturar a Cooperativa de Pedreiras, localizada no sul sergipano, diversas pessoas entre representantes de órgãos públicos estaduais e municipais, entidades sindicais e trabalhadores de pedreiras, estiveram reunidos nesta quarta feira, dia 21 de agosto, na sede do sindicato dos trabalhadores rurais na cidade de Tomar do Geru para discussão do papel do Associativismo e Cooperativismo e como isso pode ser aplicado na realidade socioeconômica do município.

          Atualmente, a  extração  e manufaturamento primário das pedras envolve cerca de 80% dos moradores de Tomar do Geru.  Há doze anos atrás, foi verificado que  junto  ao desenvolvimento desta atividade, existia uma profunda desregulamentação das condições de trabalho, resultando em uma quantidade significativa de mutilados e do  exercício de trabalho infantil de forma indiscriminada.

          Diante deste cenário, o Sindicato dos Mineiros do Estado de Sergipe, SINDIMINA, provocou os órgãos públicos, como o Ministério Público do Trabalho, a Delegacia do Trabalho, entre  outros,  para que juntos apontassem uma solução  para este problema que provocava sofrimento em toda a população de Tomar do Geru.

          Após algumas reuniões com a comunidade foi  apresentada a necessidade da criação de uma Cooperativa, no intuito de organizar o trabalho de forma coletiva.  A cooperativa foi criada, contudo,  apesar da resolução de alguns problemas, principalmente a erradicação do trabalho infantil, outras questões ainda continuam pendentes.
          Para tentar superar esses problemas,  depois de algumas reuniões  envolvendo SINDIMINA, SEBRAE, Ministério Público do Trabalho, o Poder Público de Tomar do Geru, entre outros,   decidiram por construir um  espaço para reestruturar a Cooperativa de pedreiras, a partir de uma palestra sobre os pilares principais da política de Associativismo e Cooperativismo, tendo essa ação como o primeiro passo para acompanhamento de uma reestruturação para a Cooperativa.

          “A cooperativa que foi criada há dez anos atrás, mas aos poucos perdeu a sua função. Estamos aqui para tentar retomar a verdadeira função para a  Cooperativa de pedreiras  para que  a comunidade  se sinta dona daquilo que ela produz e que não seja prejudicada com a centralização da produção por alguns grupos ou até mesmo pelo seu fechamento, diante de uma possível  fiscalização pelos órgãos públicos” afirma Gilson  dos Santos, secretário geral do Sindicato dos Mineiros do Estado de Sergipe, SINDIMINA.

          Para o representante do poder público municipal de Tomar do Geru, Wilson Evangelista , o mais importante desse espaço é a quebra de  paradigmas sobre a  centralização nas tomadas de decisão.

          “Os trabalhadores de pedreiras ainda não  partilham os lucros do que produzem,  isso é um grande problema social para a nossa cidade, tendo em vista que a extração de pedras é uma das principais fontes de renda dos moradores do município”, afirma Evangelista.

Problemas
          O cenário que envolve a extração de pedra é temeroso em Tomar do Geru. Os trabalhadores de pedreira ainda sofrem com a falta dos direitos trabalhistas, desde as condições de trabalho a remuneração. A confusão entre o que significa uma relação de trabalho e um processo de cooperativismo vem trazendo grandes prejuízos para o cotidiano dos trabalhadores das pedreiras.

          Para Prata Junior, auditor e representante do Ministério do Trabalho, a situação é muito grave e os órgãos  precisam fiscalizar essa situação .

           “A situação do trabalho das pedreiras é muito grave, sabemos como as condições de trabalho estão se dando. Não podemos permitir isso. Estamos aqui tentando evitar o fechamento dessas pedreiras. Se vocês escolherem o Cooperativismo como método de administração, essa gestão e seus lucros precisam ser partilhados por todos, dos trabalhadores aos donos de pedreira. Se a opção for de relação de trabalho, ou seja, que tenham donos e empregados, a legislação precisa ser respeitada. Fora dessas duas situações, o fechamento das pedreiras é inevitável. Vamos continuar orientando, mas a decisão é daqueles que desenvolvem a atividade da extração de pedras aqui em Tomar do Geru”,  diz Prata.

Propostas
          Com o objetivo de viabilizar o projeto de extração de pedras e até de expandi-lo, criando vertentes de beneficiamento da extração, a escolha pela Cooperativa e pela sua reestruturação se coloca como premissa para a efetivação deste projeto.

          “A primeira coisa que precisamos fazer é reestruturar a cooperativa para que todos possam ser cooperados. As informações precisam ser partilhadas, os cooperados precisam saber a situação financeira da cooperativa, precisam definir os investimentos que precisam ser feitos, ou seja, trilhar por uma gestão democrática feita por todos aqueles que fazem parte da Cooperativa. Depois, precisamos expandir o projeto, desenvolver um projeto para captação de recursos no sentido de construir equipamentos públicos para que o aproveitamento da extração da pedra seja feita de forma completa, gerando mais lucro para a cooperativa ”, defende Gilson dos Santos, Secretário do SINDIMNA.

Reunião
          No próximo dia 4 de outubro, haverá uma nova reunião, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tomar do Geru, para tirar dúvidas a respeito da previdência e das relações de trabalho, dando continuidade ao processo de rearticulação da Cooperativa de Pedreiras.

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